1. |
Até Desmanchar
02:34
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de tudo o que não vai mais voltar
brota essa tarde muda
o som que a chuva faz
cai do silêncio que a gente escuta
e a terra aduba
com essa dor
toda a beleza bruta
o aqui não é mais um lugar
em que é possível estar
é só o acaso da carne
desencontrada desse eu sem lar
como uma nuvem perdida
sobre o oceano chorando
até desmanchar
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2. |
Contando os Dias
04:33
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já não sobraram nomes a se dar
o rio se afoga em vão ao batizar
a inocência não dá conta de justificar
tanto juiz parindo crimes pra julgar
esperando por algo
que é desde o passado
e jamais vai chegar
por já estar aqui
longe dos consensos
avessa às certezas
a causa de hoje
é o que está por vir
o abraço escora os corpos pra não desmoronar
o equilíbrio faz saber que a gravidade pesa até pra quem não vai tombar
a vida é perecível, ou se partilha ou se deixa estragar
sempre pouca e em minoria, ela é o infinito que os números não vão contar
esperando por algo
que é desde o passado
e jamais vai chegar
por já estar aqui
longe dos consensos
avessa às certezas
a causa de hoje
é o que está por vir
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3. |
sem título (2018-08-25)
01:10
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4. |
Fôlego
02:36
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onde se descansam os olhos
todos vistos são provisórios
a gente nasce como fronteira
fazendo desse abismo a bandeira
escrito em braille o fim
que nenhum dedo vai alcançar
o que alguns chamam de ordem
o medo de que os medos não sufoquem
e que a vida insista em plena luz do dia
num impossível que só ela seria
escrito em braille o fim
que nenhum dedo vai alcançar
separar dos passos a pressa
da dor que ainda dói, uma reza
do meio do caminho essa pedra
que esculpe o mapa em chuva sem trégua
escrito em braille o fim
que nenhum dedo vai alcançar
depois de tanto tempo a surpresa
de se surpreender com a beleza
que mesmo estando sempre ali
faz ver que nem sempre estivemos aqui
escrito em braille o fim
que nenhum dedo vai alcançar
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5. |
Paisagens Mudas
04:09
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filtrando o mundo ao respirar
embrulhando esse presente
que vamos deixar
no abraço avesso de não ser
o espaço vago que eu vou plantar
nessa poeira que cobre a gente
é a falha de durar
em tudo que o mundo passou a ser
as nossas dores juntas se distraem
os corações no abraço se invadem
despistando a solidão
como janelas de paisagens mudas
imensas vidas curtas
somos do agora a condição
a vida é um crime a se cometer
quando a lei e a ordem são só
outras formas
de matar e deixar morrer
a vida é um crime a se cometer
com o revólver da distância
que nos limpa
as mãos de sangue ao nos dar o que comer
as nossas dores juntas se distraem
os corações no abraço se invadem
despistando a solidão
como janelas de paisagens mudas
imensas vidas curtas
somos do agora a condição
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